Do medo da vida. Do medo da morte.


"Eu conheço o medo de ir embora", conheço também o medo terrível de ficar.
Não sei em que ponto da estrada vesti as roupas da covardia. O fato é que o medo tem sido companheiro e por muitas vezes meu guia.

Meus olhos excitados e curiosos escondem o desejo louco de fugir e me esconder em alguma brecha disfarçada de vida e como muitos fingir viver.

Abrir o coração e deixa-ló entrar nas alcovas solitárias e secretas do meu ser, não me parece convidativo.

A era do vazio

E eu que esperava tudo
Hoje me surpreendo com o sentimento que fica

Estranho terrivelmente o vazio!

Nada pelo que brigar
Nada para desejar
Nunuma diferença entre o ir e o ficar.

Não há sequer inspiração para escrever.

Pelo menos eu entendo porque fico no jogo do ioioioio.
É algo pra fazer
pra ocupar o oco existencial enlouquecedor de tão quieto, agita.

Descoberta

Eu nunca entendi bem os viventes que se preservam
Que se defendem
Que não dão a cara pra bater

Sempre achei que a vida foi feita pra ser bebida até a ultima gota
Ouvida até a ultima estrofe
Sentida em todas as células

Sempre me orgulhei de minha "coragem".
Cantava a plenos pulmões: "Na falta de algo melhor nunca me faltou coragem"

Hoje entendo os temerosos, eles permanecem em paz!
Seus corações permanecem inteiros
Suas histórias menos ricas que as minhas, é claro
Mas, mais pacificas, menos marcadas.
Noites terrivelmente significativas
Sem significado nenhum.