Do medo da vida. Do medo da morte.


"Eu conheço o medo de ir embora", conheço também o medo terrível de ficar.
Não sei em que ponto da estrada vesti as roupas da covardia. O fato é que o medo tem sido companheiro e por muitas vezes meu guia.

Meus olhos excitados e curiosos escondem o desejo louco de fugir e me esconder em alguma brecha disfarçada de vida e como muitos fingir viver.

Abrir o coração e deixa-ló entrar nas alcovas solitárias e secretas do meu ser, não me parece convidativo.


E, se não houvesse um impulso desvairado para sair, se não houvesse uma sede persistente por amar, se meus ossos e minha alma não requeressem tão insistentemente isso, eu permaneceria aqui, em paz e sozinha entre as paredes vazias e seguras da minha vida.

Mas, o amor é grito permanente. Guerreiro que trava luta constante.
O medo de dar a cara ao tapa, o coração ao amor e a necessidade de deixar a vida fluir, brigam dia após dia dentro de mim.

A vida pegou pesado me mandando ele, forte e insistente, tal e qual o desejo de deixar-me amar.
Confesso que se não houvesse tanta pressão de suas mãos ao segurar as minhas, eu já o teria deixado ir. Não por não querê-lo, mas por não ter espaço para receber algo tão grande, tão belo, tão selvagem e complexo.

Eu te temo e eu teAmo.  Tudo grande de mais para mim. Vejo pessoas perseguindo loucamente o amor verdadeiro, um abismo escuro e sem fim no qual dizem habitar a plena felicidade . Para acessa-lo é só confiar e se jogar...

Mas eu simplesmente não consigo.


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